Um dia desses, na casa de uma amiga, conheci um cara que já tinha passado um pouco do limite da sobriedade. Muito falador, ele se orgulhava da revolução cubana e fazia altos elogios ao desenvolvimento daquele país, que seria maior se os EUA não tivessem atrapalhados. Trazia ele, na altura a omoplata do ombro esquerdo a figura tatuada de seu ídolo ideológico - o memorável Tche. A uma certa altura de seu discurso, analisando os ideias juvenis atuais disse algumas palavras que não esqueci e que me fizeram refletir muito. A juventude hoje, dizia ele, cultura a bebida, o sexo e o carro. Por isso estuda, faz cursinho para passar numa universidade para ter uma profissão que lhe garanta dinheiro suficiente para manter esses prazeres. A bebida para desligar-se da realidade, o sexo para satisfazer o corpo e as necessidades mais primitivas e irracionais e o carro para garantir mais sexo e delirantemente ter a sensação de controle sobre algo.
Mais ou menos essas foram as palavras deste comunista bêbado do qual ouvi uma das melhores e sóbrias descrições de nossa sociedade atual.
Sinto em dizer que quando as sociedades chegaram ao estágio em que estamos agora, elas entraram em um vertiginoso estado de declínio e logo foram substituídas por novos ordens sociais, repressoras e muitas vezes cruéis.
Seria o momento atual o início do fim de uma sociedade que se tornou mundial?
Será que voltaremos a um período de barbáries e nos esconderemos envoltos em muros de burgos e feudos?
Esta é a reflexão das palavras de um comunista bêbado.
quarta-feira, 17 de dezembro de 2008
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