quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Análise de um comunista bêbado

Um dia desses, na casa de uma amiga, conheci um cara que já tinha passado um pouco do limite da sobriedade. Muito falador, ele se orgulhava da revolução cubana e fazia altos elogios ao desenvolvimento daquele país, que seria maior se os EUA não tivessem atrapalhados. Trazia ele, na altura a omoplata do ombro esquerdo a figura tatuada de seu ídolo ideológico - o memorável Tche. A uma certa altura de seu discurso, analisando os ideias juvenis atuais disse algumas palavras que não esqueci e que me fizeram refletir muito. A juventude hoje, dizia ele, cultura a bebida, o sexo e o carro. Por isso estuda, faz cursinho para passar numa universidade para ter uma profissão que lhe garanta dinheiro suficiente para manter esses prazeres. A bebida para desligar-se da realidade, o sexo para satisfazer o corpo e as necessidades mais primitivas e irracionais e o carro para garantir mais sexo e delirantemente ter a sensação de controle sobre algo.
Mais ou menos essas foram as palavras deste comunista bêbado do qual ouvi uma das melhores e sóbrias descrições de nossa sociedade atual.
Sinto em dizer que quando as sociedades chegaram ao estágio em que estamos agora, elas entraram em um vertiginoso estado de declínio e logo foram substituídas por novos ordens sociais, repressoras e muitas vezes cruéis.
Seria o momento atual o início do fim de uma sociedade que se tornou mundial?
Será que voltaremos a um período de barbáries e nos esconderemos envoltos em muros de burgos e feudos?
Esta é a reflexão das palavras de um comunista bêbado.

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